Foto: Ubirajara Machado/MDA 
Brasil Sem Miséria amplia inclusão produtiva e geração de renda da agricultura familiar 
02/06/2011 04:21
A inclusão produtiva é o foco do Plano Brasil Sem Miséria para o campo.   As novas medidas vão estruturar a capacidade de produção da agricultura   familiar com uma assistência técnica diferenciada e fomento para  geração  de renda. Durante o lançamento do plano, no Palácio do  Planalto, nesta  quinta-feira (2), a presidenta Dilma Rousseff destacou a  criação e  aperfeiçoamento de políticas para reduzir a miséria na  cidade e no  campo. E apontou a busca ativa das 16,2 milhões de famílias  que ainda  vivem em situação de miséria no país como o grande  diferencial do Plano.  "Não vamos mais esperar que os pobres corram  atrás do Estado. O Estado é  que deve correr atrás da miséria e dos  pobres desse país". 
A população extremamente pobre no campo representa 47% do público foco   do plano. A prioridade é a inclusão produtiva dessas famílias para   aumento da produção e geração de renda. Para isso, o plano garante   sementes de qualidade produzidas pela Embrapa, água, energia elétrica e   fomento para estruturar a produção. Ao mesmo tempo, os agricultores   receberão orientação e acompanhamento técnico para qualificação. A    renda sai da venda para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e   para hospitais, universidades, creches e a rede privada de   abastecimento, como supermercados e restaurantes. 
No evento, a presidenta assinou acordo com a Associação Brasileira de   Supermercados (ABRAS) para ampliar o acesso de produtos da agricultura   familiar e povos extrativistas ao varejo. E anunciou a ampliação em   quatro vezes do número de agricultores atendidos pelo PAA. Hoje, 66 mil   agricultores em situação de pobreza fornecem alimentos para o programa.  A  meta para 2014 é subir para 255 mil. Outra meta é ampliar de 156 mil   para 445 mil o número agricultores familiares que vendem a produção  para  o PAA até o final de 2014. 
Para acompanhar os agricultores em situação de extrema pobreza serão   formadas equipes com 11 técnicos. Cada equipe atenderá mil famílias. O   plano cria uma linha de fomento de R$ 2,4 mil por família para apoiar,   ao longo de dois anos, a produção e a comercialização excedente dos   alimentos. Cada família vai receber o valor não reembolsável, pago em   parcelas durante dois anos. O pagamento será efetuado por meio do cartão   do Bolsa Família. Além disso, os beneficiários mais pobres do Bolsa   Família no campo receberão auxílio trimestral de R$ 300 por meio de uma   Bolsa Verde para a conservação ambiental. 
"O foco é a inclusão produtiva dessas famílias, por meio de assistência   técnica, fomento e comercialização. Assim, conseguimos produzir mais   alimentos e ajudar o Brasil a continuar crescendo com inclusão social e   sustentablidade", destacou  o ministro do Desenvolvimento Agrário,   Afonso Florence. 
O Brasil sem Miséria também prevê a construção de cisternas para atender   o consumo de água de 750 mil famílias nos próximos dois anos e meio.   Também serão implantados sistemas complementares e coletivos de   abastecimento para 272 mil famílias. Todas essas ações irão contemplar   populações rurais dispersas ou que vivem em áreas mais adensadas e com   acesso a fontes hídricas. 
Elas também serão beneficiadas pelo acesso à água para o consumo e a   produção, com a construção de cisternas para o plantio e a criação de   animais. O objetivo é atender 600 mil famílias rurais até 2013. Também   haverá um “kit irrigação” para pequenas propriedades e recuperação de   poços artesianos. 
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello,   destacou que para vencer o desafio da miséria é preciso olhar para as   diferenças entre o campo e a cidade e aspectos regionais. "Este é um   plano nacional que enxerga as especificidades regionais. Estamos   montando o mais completo mapa da miséria e o mais amplo mapa de   oportunidades na cidade e no campo para essa parcela da população que é a   mais vulnerável". 
Inclusão social e produtiva 
O plano lançado pela presidenta Dilma Rousseff alia transferência de   renda, acesso a serviços públicos nas áreas de educação, saúde,   assistência social, saneamento e energia elétrica, e inclusão produtiva.   Ele é direcionado aos brasileiros que vivem em lares cuja renda   familiar é de até R$ 70 por pessoa. Do público-alvo, 59% estão no   Nordeste, 40% têm até 14 anos e 47% vivem na área rural. 
O conjunto de ações envolve a criação de novos programas e a ampliação   de iniciativas já existentes, em parceria com estados, municípios,   empresas públicas e privadas e organizações da sociedade civil. O   objetivo é, com base nos mapas de extrema pobreza produzidos pelo   Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), incluir a   população mais pobre nas oportunidades geradas pelo forte crescimento   econômico brasileiro, elevando a renda e as condições de bem-estar da   população. Por busca ativa, equipes de profissionais atuarão para   localizar, cadastrar e incluir as famílias nos programas. 
Os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) serão os pontos de   atendimento dos programas englobados pelo Brasil Sem Miséria. As sete   mil unidades existentes no País funcionam em todos os municípios e   outros pontos serão criados. 
Os números do Brasil sem Miséria 
• Retirar 16,2 milhões da extrema pobreza 
• Renda familiar de até R$ 70 por pessoa 
• 59% do público alvo está no Nordeste, 40% tem até 14 anos e 47% vivem na área rural 
• Qualificar 1,7 milhão de pessoas entre 18 e 65 anos 
• Capacitar e fortalecer a participação na coletiva seletiva de 60 mil catadores até 2014 
• Viabilizar a infraestrutura para 280 mil catadores e incrementar cem redes de comercialização 
• Aumentar em quatro vezes, elevando para 255 mil, o número de   agricultores familiares, em situação de extrema pobreza, atendidos pelo   Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 
• Equipe de 11 técnicos para cada mil famílias de agricultores 
• Fomento de R$ 2,4 mil por família, durante dois anos, para apoiar a produção e a comercialização excedente dos alimentos 
• 253 mil famílias receberão sementes e insumos 
• 600 mil famílias terão cisternas para produção 
• 257 mil receberão energia elétrica 
• Construir cisternas para 750 mil famílias nos próximos dois anos e meio 
• Implantação de sistemas complementares e coletivos de abastecimento para 272 mil famílias 
• Bolsa Verde: R$ 300 para preservação ambiental 
• Bolsa Família incluirá 800 mil 
• Mais 1,3 milhão de crianças e adolescentes incluídos no Bolsa Família