O  presidente da Contag, Alberto  Broch, os membros da diretoria-executiva  e os dirigentes das 27  federações de trabalhadores e trabalhadoras  rurais receberam na manhã  desta terça-feira (3/5), na sede da entidade,  o presidente da Câmara dos  Deputados, Marco Maia (PT/RS). Estiveram  presentes também os deputados  Érika Kokay (PT/DF), José Guimarães  (PT/CE), Rubens Otoni (PT/GO), Assis  do Couto (PT/PR),  Elvino Bonh  Gass (PT/RS), representantes do gabinete  do deputado Décio Lima  (PT/SC), e do gabinete do deputado Pedro Eugênio  (PT/PE).
Essa foi a primeira vez em 47 anos de existência que a Contag recebeu   uma autoridade no exercício do cargo da presidência de uma das casas do   Congresso Nacional. “Para nós é um gesto de compromisso com as causas  da  sociedade e do país, já que o parlamentar é o segundo homem na  sucessão  presidencial”, disse, Broch. 
Na oportunidade, o dirigente entregou a proposta do 17º Grito da Terra   Brasil, composto por dezenas de propostas em tramitação no Congresso e   consideradas de suma importância para os trabalhadores (as) rurais. O   presidente da Contag afirmou que, entre tantos, ele gostaria de citar o   PL (Projeto de Lei) 490/95, que dispõe sobre a expedição do mandado   liminar de manutenção ou de reintegração de posse, a PEC (Proposta de   Emenda à Constituição) 438-A/2001, que propõe confiscar as terras onde   for constatado trabalho escravo; o PLP 362/2006, que altera o   dispositivo da Lei Complementar nº 93, de 4 de fevereiro de 1998, que   autoriza a concessão de financiamento, por meio do Banco da Terra, ao   beneficiário de imóvel rural objeto de partilha decorrente de direito de   herança, promovendo assim a sucessão rural; e o PL 792/2007, que  dispõe  sobre a definição de serviços ambientais. 
A aprovação do Código Florestal também foi destacada pelo presidente da   Contag. Ele reiterou que a entidade não é contra uma reformulação na   legislação ambiental, mas que esta deve ser feita de maneira justa. “A   Contag mantém a posição de se trabalhar com equilíbrio entre a   produtividade e o meio ambiente”, disse.
A secretária de Mulheres da Contag, Carmen Foro, aproveitou para   defender a aprovação do PL 231/07, que prevê livre acesso aos babaçuais   pelas quebradeiras de coco em regime de economia familiar e a proibição   de derrubadas de palmeiras de babaçu nos estados do Maranhão, Piauí,   Tocantins, Pará e Mato Grosso. Mas, para avançar, o projeto aguarda a   constituição de uma comissão especial. O apelo foi imediatamente acatado   pelo presidente da Câmara que se comprometeu em instituí-la ainda hoje   para iniciar os debates sobre o assunto.
A sindicalista falou também sobre o empenho das mulheres trabalhadoras   rurais na edição de mais uma Marcha das Margaridas, que ocorre em   agosto. E disse também que em breve espera entregar ao presidente da   Câmara a proposta de políticas elencadas pelas companheiras para   contribuição de um país com menos pobreza, violência e exclusão social.
Comprometimento – Após ouvir as expectativas dos representantes do   movimento sindical do campo, o presidente da Câmara se comprometeu a   apoiar o segmento dentro da Casa, de modo que contemple as reais   necessidades dos trabalhadores (as) rurais. “Com minha presença na   Presidência temos uma oportunidade enorme de fazer avançar as políticas   que dêem um tratamento diferenciado para a agricultura familiar. Quero   me comprometer em estabelecer estratégias junto aos parlamentares   simpáticos à causa para que façamos uma análise dos projetos passíveis   de serem votados em sessões extraordinárias”, enfatizou.
Ele destacou a PEC do trabalho escravo, a compensação ambiental, entre   outros. Sobre o Código florestal, o parlamentar disse que apóia a   proposta da Contag, mas que o tema é complexo e diversificado dentro do   Congresso. “Não temos a expectativa de acordo em 100% do texto que está   no Congresso. Até porque há alas distintas com defesas radicais. Mas   quero tranqüilizar a todos de que nesse debate do Código eu farei de   tudo para que os agricultores sejam tratados de forma diferenciada e que   não haja retrocesso”, endossou.
Representando os demais parlamentares presentes na solenidade, o   deputado federal Assis do Couto (PT/PR), que é coordenador provisório da   Frente Parlamentar da Agricultura Familiar no Congresso Nacional,   destacou dois projetos relevantes que estão em tramitação e que merecem   atenção do presidente da Câmara, que são o que trata do crédito   fundiário e o que define critérios de enquadramento da atividade rural,   para fins de recolhimento da contribuição sindical. Ele foi categórico   ao reafirmar que outro motivo de apreensão é em relação ao Código   Florestal “O retrocesso dessa norma pode ter implicações muito grandes   nessa história de conquistas da agricultura familiar. Esta será uma   semana de muita tensão, visto que o tema está em evidência no   Congresso”, completou.
Ao final, a secretária de Jovens, Elenice Anastácio e o deputado Elvino   Bonh Gass (PT/RS) entregaram ao presidente da Câmara o requerimento de   autoria do parlamentar em que ele solicita urgência na apreciação do  PLP  que trata da sucessão rural. A dirigente também presenteou Marco  Maia  com um a cesta de produtos da agricultura familiar.
À tarde, as lideranças sindicais da Contag e das Fetag’s farão trabalho   de sensibilização parlamentar na Câmara com recolhimento de assinaturas   favoráveis à proposta da Contag para o Código Florestal. A ideia é   entregar o máximo de assinaturas possível ao relator da matéria,   deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP).
Fonte:              Agência Contag de Notícias - Danielle Santos